terça-feira, 19 de outubro de 2021

OS AVANÇOS DO PROCESSO DE DESESTRUTURAÇÃO DAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE ALCÂNTARA


Esses dias, (15), a UFMA apresentou para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, através da Comissão de Desenvolvimento Integrado (CDI-CEA), presidida pelo MCTI com o objetivo de formular um programa de desenvolvimento para a região de Alcântara, mais especificamente para o desenvolvimento urbano das agrovilas, que ficam próximas ao Centro de Lançamento de Alcântara.

Esse tipo de intervenção tem o intuito de desestruturar os territórios quilombolas de "uso comum" para fundamentar o avanço da expansão do CLA para consolidar o CEA como Polo Mundial de Lançamento de Foguetes...

É uma forma de Etnocídio...

Inclusive essa discussão já em andamento havia apontado em meu artigo que apresentei no I Congresso Internacional de Desenvolvimento Regional - IV Seminário do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Socioespacial e Regional, com o tema: METROPOLIZAÇÃO DOS ESPAÇOS E DIREITO À CIDADE: Gestão Pública, Dinâmicas Espaciais e Conflitos Socioambientais, publicado nos Anais de 2019 realizado em dezembro de 2018 no CECEN da UEMA... 

Meu artigo nos Anais encontra-se com o título: A DINÂMICA ESPACIAL DAS AGROVILAS QUILOMBOLAS DE ALCÂNTARA E SUA RELAÇÃO COM O PROCESSO DE METROPOLIZAÇÃO DA GRANDE SÃO LUÍS, pág. 80.

Fico feliz e ao mesmo tempo apreensivo com as minhas pesquisas e apontamentos se apresentando como concretas e predatórios para as comunidades quilombolas de Alcântara...

Segue abaixo o link da reportagem que abro essa pequena análise...

REPORTAGEM:
UFMA apresenta no MCTI projetos de educação e desenvolvimento em Alcântara

sábado, 9 de outubro de 2021

“TURISMO” INSUSTENTÁVEL NA NOVA CORRIDA ESPACIAL EM ALCÂNTARA

 

(Oscar Wilde: O Leque de Lady Windermere 
---- / ----
Montagem de cena do filme Viagem à Lua de Georges Méliès)


Estou extremamente preocupado com a Narrativa construída desta reportagem que assisti pela manhã no Jornal da Mirante Primeira Edição...

Trabalha uma falsa impressão de que haverá um “Turismo Sustentável” a partir dos territórios quilombolas em todo litoral de Alcântara...

Ainda mais atribuindo um Falso Consenso entre as comunidades quilombolas e a pretensa expansão do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) para consolidação do Centro Espacial de Alcântara (CEA) ...

Essa expansão trás como pressuposto o uso de todo território litorâneo caso seja expandido, causando novos deslocamentos compulsórios das comunidades quilombolas como ocorreu na década de 1980 com 7 comunidades que constituíram agrovilas...

Essa nova intervenção criará em todo o litoral de Alcântara uma ÁREA DE SEGURANÇA para justificar novos sítios de lançamentos de foguetes que se constituirão como “Commodities Tecnológicos” para que o CLA/CEA torne-se um mero enclave de interesse dos principais países e empresas transnacionais do mercado espacial, principalmente com os EUA buscando consolidar seu monopólio de mercado e estratégico nessa corrida espacial, principalmente com o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) assinado entre o governo Bolsonaro e Trump dos EUA em 2019.

Não devemos cair nesse “canto da sereia” em que haja um sentimento “empreendedor” guiando falsas promessas de desenvolvimentismo para toda Alcântara, principalmente para os mais afetados nessa questão territorial que as Comunidades Quilombolas!!!

PRECISAMOS REAGIR A ESSE MODELO NEOLIBERAL TRANSNACIONAL E DO “NOVO IMPERIALISMO” DOS EUA, PRINCIPALMENTE NESSA NOVA ESCALADA DA CORRIDA ESPACIAL!!!