sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

RECICLAR O CAPITALISMO? OU SUPERÁ-LO?























É comum vermos nos últimos tempos um debate muito importante, porém, tratado muitas das vezes sem a devida reflexão e definição de uma abordagem concreta das relações de produção em que a humanidade caminha: o problema ambiental.

Não sou pretensioso e muito menos um especialista sobre o assunto... inclusive, um aspecto importante da atualidade é buscar a quebra desta lógica para a superação da inércia que o Estado e Corporações Privadas em todas as suas estruturas e superestruturas negam sua responsabilidade.

Dentro desta perspectiva, um conceito sendo bastante divulgado direta e/ou indiretamente para a sociedade, clamando uma postura universal para um compromisso de mudança de habito. Trata-se do ato de reciclar.

Outro conceito bastante trabalhado é a de responsabilidade social. Absorvido pelas empresas privadas, adotando uma postura de “compromisso” com a comunidade, elabora programas que envolvam dentro do marketing social um fetiche de produção responsável e consumo consciente.

É evidente, dentro de um ambiente de caos que vivemos, reconhecermos tal necessidade dentro de um princípio de bem-estar-social, no entanto, distorcido frente às contradições de nosso sistema capitalista.

Hoje em uma reportagem pronunciada em uma emissora de televisão (MIRANTE/MENTIRA), uma matéria me chamou a atenção: Lixo é transformado em aprendizado dos estudantes. Mais de duas toneladas de latinhas foram retiradas das ruas de Imperatriz em campanha.

A princípio um tema de relevância, mas à medida que a reportagem ganhou profundidade abismei-me com o grau de ingenuidade adquirida pela instituição de ensino ao atribuir uma campanha de coletas de latas para arrecadar lucro para a compra de equipamentos para a escola. Uma transferência de responsabilidade do poder público em não qualificar estruturalmente as escolas.

Não exigir a obrigação da instituição em oferecer condições de funcionalidade, pois recurso orçamentário existe para tal fim, é ser conivente com um status quo eterno de sucateamento das estruturas de ensino público em detrimento do processo de privatização da Educação.

Todos esses esforços, mesmo tendo boas intenções em atingir um grau de cidadania ingênua, não atinge o objetivo central que permeia a superação do acúmulo de resíduos sólidos responsáveis pelos distúrbios ambientais, uma vez que o volume de produção capitalista para o consumo aceleração do mercado de excedente é inversamente proporcional às ações adquiridas em busca de reciclar tais produtos. Vivemos em uma sociedade apologética do descartável.

Este artigo não tem a pretensão de apontar caminhos para a superação do problema, mas abordar pontos nebulosos e ao mesmo tempo lançar provocação de revolta que a mídia e nós mesmos fingimos ou desconhecemos diante da realidade ou de suas representações como preferem chamar alguns historiadores.

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