Ontem
(04) completa 30 anos do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), sendo
apontado como um futuro potencial tecnológico para o progresso do Estado
Maranhense, assim como para o Brasil.
Vislumbres
como esses desacata qualquer noção de veracidade, ou melhor, qualquer noção de
dignidade perante as contradições em suas implicações de consolidação de um
projeto tão ambicioso, mas que contou com anulação de populações secularmente
omitidas de seus direitos à dignidade, vida, cultura, no caso, das comunidades
remanescentes de quilombos.
Retomando
ações de reestruturação dos projetos espaciais, depois dos fracassos dos
lançamentos do VLS1, 2 e da tragédia em 2003 com a morte de dezenas de técnicos
e cientistas, o CLA anuncia para o final do ano o lançamento de um novo
foguete, o VSISNAV.
Para
se ter uma ideia de como, mesmo com todos os esforços nesses 30 anos em se
aproximar de um nível tecnológico, como somos apontados na perspectiva de um
povo “atrasado”, necessitando assim, sustentar o mito da “democracia racial”
que sempre tenta justificar a anulação dos povos remanescentes de quilombos em
Alcântara de seus direitos:
"Vale dizer que toda comunidade Espacial Internacional estava de olho no que acontecia naquela longínqua e desconhecida base de lançamentos de foguetes de nome estranho, localizado num país mais conhecido pelo seu futebol, pelo seu carnaval e pelas suas belas mulheres, mas que naquele momento lutava com ousadia para fazer parte do fechadíssimo clube de países que dominavam o ciclo completo das atividades espaciais." *
O progresso de um Estado e respectivamente de uma Nação, não se mensura aos moldes positivistas em que o controle da ciência e tecnologia em que se engessou esse modelo capitalista estejam segregados ao progresso social de uma população que sofre em todos os aspectos de sua "invisibilidade social" como afirma o antropólogo José Jorge de Carvalho.
"Vale dizer que toda comunidade Espacial Internacional estava de olho no que acontecia naquela longínqua e desconhecida base de lançamentos de foguetes de nome estranho, localizado num país mais conhecido pelo seu futebol, pelo seu carnaval e pelas suas belas mulheres, mas que naquele momento lutava com ousadia para fazer parte do fechadíssimo clube de países que dominavam o ciclo completo das atividades espaciais." *
O progresso de um Estado e respectivamente de uma Nação, não se mensura aos moldes positivistas em que o controle da ciência e tecnologia em que se engessou esse modelo capitalista estejam segregados ao progresso social de uma população que sofre em todos os aspectos de sua "invisibilidade social" como afirma o antropólogo José Jorge de Carvalho.
Viver
esses 30 anos de abnegação às comunidades quilombolas de Alcântara em
detrimento do pretenso progresso científico/tecnológico em nome do capitalismo
predatório é reforçar tudo aquilo que já se tem apontado como o “Genocídio
Étnico”, como se tem dito inúmeras denúncias dos movimentos sociais impetrado
tão responsavelmente por estudos como os dos nossos antropólogos Alfredo Wagner
e Maristela Andrade.
Precisamos
irromper esta lógica pseudo-chauvinista acreditando termos um potencial aos
serviços de um Estado-Nação que se diz hoje disposta a caminhar para os rumos
de um país de primeiro mundo, mas que traz em suas perspectivas as mesmas dos
países que nos colonizaram e que hoje ainda nos exploram como impérios
contemporâneos do Capital, a exemplo o processo de abertura para exploração
comercial do CLA por outros países que possuem monopólio tecnológico, no caso,
a Embpresa Binacional Cicloe Space entre o Brasil e a Ucrânia, que nada mais
configura uma possível privatização de um espaço estratégico que ao longo dos
tempos terá uma corrida de quem controlará para possibilidades não descartadas
de um ponto estratégico militar em que o Mundo está se configurando para novos
conflitos internacionais.
Hoje
comemora-se os 30 anos do CLA, em que a mídia se nega a apresentar o outro lado
a moeda em que se fundamenta uma luta interna dentro de contradições profundas,
herança de um sistema escravocrata e que ainda arrastam seus grilhões ecoando
gritos de uma nova libertação!
TODO
PODER DE EMANCIPAÇÃO PARA
AS
COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE ALCÂNTARA
_________________________
* http://brazilianspace.blogspot.com.br/2013/03/uma-epoca-de-grande-motivacao-e.html
- acessado às 08:13 de 05 de março de 2013.
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