terça-feira, 10 de março de 2020

A retomada da Agenda Neoliberal com a ALCA: o avanço do "Novo Imperialismo" dos EUA

O imperialismo dos EUA não iam deixar barato a derrota do primeiro Acordo de Salvaguradas Tecnológicas (AST) pretendidos com a gestão de FHC que estava iniciando a política neoliberal no Brasil.

O primeiro AST Brasil-EUA foi negado pelo Congresso Nacional no início da gestão do PT em 2003 com o legado de defesa da "Soberania Nacional.

Mas ao contrário do que se pensa, o PT não deixou te ter uma política "neonacional-desenvolvimentista", conforme o conceito do cientista político Lúcio Flávio Rodrigues de Almeira, pois, nos bastidores políticos permaneceram sob apontamentos de futuros acordos e um possível acenamento de retorno à pauta dp Programa Espacial Brasileiro (PEC) do AST.

E isto foi evidenciado até no governo Dilma Rousseff em 2011 com a assinatura de um Acordo Quadro, conhecido também como "Acordo Guarda-Chuva", para definição de uma estrutura padrão para vários acordos, dentre eles, acordos espaciais. Acordo este promulgado no Governo Temer em 2018, herança de um Golpe Parlamentar contra Dilma Rousseff.

(fragmento de minha dissertação)

Mas neste artigo, quero apresentar que este interesse de retomar o AST já reintegrado à política neoliberal no Desgoverno Bolsonaro, homologado em 2018, tem uma relação direta com este alinhamento bilateral histórico e que já escrevi em artigo anterior neste blog.

Em 2002, quando do primeiro AST apresentado no Brasil houve também o questionamento da política imperialista dos EUA sobre a América Latina com a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA).

A América Latina constituída em uma grande unidade progressista, mesmo que liberal, conseguiu barrar o avanço das duas pautas aqui no Brasil um grande Plebiscito Nacional contra a ALCA e o AST em 2002/2003 no Fórum Social Mundial (FSM).

A ALCA oficialmente foi arquivada pelos EUA em 2005.

Contudo, o setor político progressista na América Latina nos últimos anos, sofreu um profundo golpe com influências direitas e indiretas dos EUA, legando a acensão da ultra-direita nos principais países da América Latina, em especial no Brasil com o Bolsonarismo.

Em uma reportagem no Jornal Hoje da Globo desta terça-feira, anunciou a posição de Jair Bolsonaro em visita aos EUA que pretende retomar um acordo bilateral, ressuscitando a discussão da ALCA. Jair Bolsonaro apresentou a proposta de um acordo bilateral inicial com os EUA para diminuição de impostos nos produtos de insumos de alimentos e combustível como a carne de porco e o etanol, mas Trump indicou que precisa ser apresentado em uma forma mais ampla, geral.


É o que o Brasil sempre se condicionou em trabalhar com commodities no setor primário e isso não se diferenciará com o AST sobre o  CLA de Alcântara em que apresento em minha pesquisa de mestrado que o setor espacial brasileiro se condicionará a um mero enclave comercial de monopólio dos EUA através de "commodities tecnológico".

O mais intrigante que eu já havia denunciado esta questão, sendo que de maneira ainda sem uma oficialidade e de um aparente desajustamento de informação emitido pelo Senador Roberto Rocha fazendo lobby do AST em uma entrevista no Jornal Bom Dia Maranhão Primeira Edição na TV Mirante de 23 de agosto de 2019.

O Senador foi enfático ao afirmar que a ALCA estava já em vigor...

Segue a narrativa aos 5' 39'' da reportagem:

- São Luís está localizado no meio da "ALCA", área de Livre Comércio das Américas!

E assim descrevi em minha publicação de denúncia em minha página do Facebook em 23.08.2019:

COMPLETO ABSURDO E DE DESINFORMAÇÃO que só faz lembrar uma questão da psicologia chamada ATO FALHO, pois, a ALCA nunca foi consolidada e em 2002 fizemos nacionalmente uma campanha de Plebiscito contra a ALCA e contra a entrega da do CLA para os EUA na primeira tentativa do AST...

Pois bem, Roberto Rocha ao querer atribuir esse ATO FALHO, trás à tona o verdadeiro interesse dele entreguista anti-nacionalista e associar a ALCA é colocar o AST dentro da mesma prerrogativa de 2002.


(Segue aqui o link para acesso em minha publicação com a reportagem anexo)

As ingênuas pretensões de um presidente subalterno como Bolsonaro ao querer constituir o Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) ao se retirar do tratamento especial da OMC deixando de se declarar de "economia emergente, em desenvolvimento" já se demonstra que o Brasil será um mero enclave dentro dos interesses da geopolítica imperialista dos EUA que tem como modelo contemporâneo ao que Aníbal Quijano denomina da "Colonialidade do Poder". O máximo que o Brasil terá é a prerrogativa de "primo pobre" ao estilo Clã da "Família Buscapé".

Precisamos urgentemente reagir ao avanço sistemático do "Novo Imperialismo" estadunidense dentro do conceito de David Harvey, frente ao modelo neoconservador neofascista que assombra globalmente a humanidade e assim proporcionarmos uma desconstrução através do "Giro Decolonial" pretendido!



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Escrito por Artêmio Macedo Costa: Historiador, mestre em Desenvolvimento Socioespacial e Regional do PPDSR/UEMA

2 comentários:

  1. Ótimo texto, esclarecedor, super informativo. Infelizmente, a vocação imperialista americana não tem limites na historia. Ainda mais quando encontram aliados subservientes aos seus projetos, como encontraram no presidente neo-fascista brasileiro Jair Bolsonaro. Uma desgraça!

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  2. Ótimo texto, esclarecedor, super informativo. Infelizmente, a vocação imperialista americana não tem limites na historia. Ainda mais quando encontram aliados subservientes aos seus projetos, como encontraram no presidente neo-fascista brasileiro Jair Bolsonaro. Uma desgraça!

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