terça-feira, 5 de outubro de 2010

GREVE DOS SERVIDORES E UEMA: Reflexões e Ativismo!

PUBLICADO EM (31/07/2007)

“Quem fala de poder político, fala de dominação. Quando existe dominação, uma grande parcela da sociedade é dominada e os que são dominados geralmente detestam os que dominam, enquanto estes não têm outra escolha, a não ser subjugar e oprimir aqueles que dominam. Esta é a eterna história do saber, desde que o poder surgiu no mundo. Isto é, o que também explica como e porque os democratas mais radicais, os rebeldes mais violentos se tornam os conservadores mais cautelosos assim que obtêm o poder.” (A ilusão do sufrágio universal – Bakunin)

Vivemos novamente na “ilha rebelde(?)” a tentativa dos movimentos sociais superarem perplexos com as traições daqueles que prometeram libertar o Maranhão, porém, não é nenhuma novidade situações como essas acontecerem. A memória do povo desorientada por seus lideres em meio à crença de uma dita democracia representativa acaba tendo o mesmo suporte de um ato litúrgico, de uma religião.O mesmo Governante que prometeu libertar o Maranhão de 40 anos de oligarquia proporciona as mesmas políticas de seus ditos opositores que desenvolveram dentro desses decênios trocadilhos entre “Maranhão novo” e “Maranhão em novo tempo”.Mas não se resume somente a alternâncias dos governantes o caráter dissimulador frente ao poder político no controle do Estado, mas também considerar o oportunismo de seus paladinos diante das manobras promovidas na direção de sindicatos e representações estudantis em sua maioria, em seus discursos profetizam enquanto submetidos em seus domínios, o trabalhador conquistar sua redenção.
Arautos do Estado, panegíricos de seus governantes, tentam a todo o momento estigmatizar que qualquer reação de revolta e radicalização problematizará sua conquista por estrangular um diálogo - que na sua essência, por serem verticalizadas e em um só sentido no discurso, as representações constituem de fato um poder estabelecido de desarticulação da ação direta e tomada plena de consciência de nosso potencial transformador de nossa realidade estigmatizada pela resignação da manipulação desses ditos líderes – formam por assim dizer um conchavo do status quo constituído da sociedade capitalista.Claro que o primeiro argumento proferido por esses hipócritas está no pressuposto de estarmos representados por um modelo burguês do regime democrático de estado de direito, e respeitando esse paradigma, atribuem que é necessário esgotar todo o processo que estamos inseridos para atingir o status de evolução social, no conceito mais vulgar do marxismo que assumiu nuanças academicistas no início do século XX que solidificaram a maioria dos ditos partidos políticos de sigla comunista/socialista, no caso, ao modelo do pensamento político do social-democrata, Eduardo Bernstein, ao adotar que o socialismo seria alcançado através de reformas graduais do capitalismo, tendo a revolução como mecanismo desnecessário; e é nesse ponto crucial que mora toda contradição que em nada tem de dialético tal postura.Ao vermos tais dirigentes com seus prosélitos discursos, buscarem nos converter em uma religião partidária com um único propósito de escamotear a realidade, de continuarmos reféns de suas manobras políticas, ao mesmo tempo em que se converte tal dissimulação de uma pretensa mobilização por uma luta de interesses de classe posto à ordem do dia, somos responsáveis, de alguma forma, por não existir uma via única nas relações humanas o jogo de poder, sem antes levar em consideração abdicarmos de nossas capacidades de luta e autonomia em detrimento da transferência destas ao controle do dito líder.
Isso quer dizer que nos tornamos responsáveis por alimentarmos certas posturas como pragmáticas e não levamos em consideração nossas potencialidades de rompemos com permanências que se arrastam na fisiologia de nossa história.Isso se arrasta de forma categórica quando julgamos em nossa formação enquanto classe oprimida quando na época do movimento ludista no início do XIX os trabalhadores eram tidos sem nenhuma consciência ao quebrarem as máquinas, acreditando que elas seriam a origem das desigualdades... Mas, no entanto, a história é implacável; o que seria a possibilidade de amadurecimento no processo de formação do sindicalismo em que hoje acreditamos haver atingido, pelo contrário, demonstra-se cada vez mais estarmos docilizados em um processo de disciplinarização e regulamentação do trabalho e das leis de greve que inclusive não mais se ordena pela classe hegemônica do capitalismo, mas sim pelo pelegismo de grupos ditos de esquerda que hoje ao assentarem ao poder justificam cada vez mais as permanências antes atacadas por eles da ordem estabelecida e que devemos, doravante, retomar uma causa cada vez mais radicalizada frente a esta realidade e promovermos uma mudança de paradigma no que tange o modelo político que orienta e manipula a ordem social vigente.Nessa relevante reflexão, quando nos deparamos em nossas decepções ao afirmarmos termos esperado uma mudança de postura de nossos representantes, ao depositarmos perante o voto e ao assumirem o poder, permanecem com as mesmas estruturas que nos oprimem; tudo isso trás um retorno negativo diante de nossas possibilidades de reação, onde, ao depararmos com tais frustrações esgotamos nossas capacidades ao depositarmos todas as fichas nesta espera dentro da ânsia de que nossos representantes intercedam por nós, e ao contrário do que se acredita, os mesmos líderes querem nada mais que as permanências das caducas estruturas que sustentam seus privilégios e controle social.


“O que é digno de admiração não é tanto que a juventude seja revoltada, mas sim que os 'adultos' se mostrem tão resignados. Coisa aliás que não tem uma explicação mitológica, mas outrossim histórica: a geração precedente conheceu todas as derrotas e consumiu todas as mentiras do período de desagregação do movimento revolucionário.”(Da miséria do meio estudantil - Internacional Situacionista & estudantes da cidade de Estrasburgo, França – 1966)

Nenhum comentário:

Postar um comentário