terça-feira, 5 de outubro de 2010

SUJEITOS DE SUA HISTÓRIA – A luta pela emancipação da Educação no Maranhão!

Publicado em (14/08/2007)




“O Estado e a Autoridade tiram toda iniciativa das massas, matam o espírito de criação e atividade livre, cultivam nelas a psicologia servil de submissão, de expectativa, de esperança de escalar a escada social, de confiança cega em seus líderes, de ilusão de compartilhamento em autoridade.

Desta maneira, a emancipação do trabalho só é possível na luta revolucionária direta das vastas massas trabalhadoras e de suas organizações de classe contra o sistema capitalista.”

(Nestor Mhakno, Ida Mett, Piotr Archinov, Valevsky, Linsky 1927 - Plataforma Organizacional Libertária)



Somos a todo o momento levados a imaginar a redenção de nossa representação social,sendo nunca antes vivida em outras sociedades e em outros tempos... Não quero aqui expor um estudo filosófico e muito menos a pretensão de esgotar elementos historiográficos em poucas linhas, mas não devemos ignorar uma preocupação eminente aos dias que se passam na ilha de São Luís e fazendo alusão a alguns acontecimentos no Brasil que correspondem às nossas estruturas de Estado a qual tanto prezam os apologistas de plantão da Democracia Representativa e do Estado de Direito.
Já estamos a mais de dois meses da greve dos professores da Rede Básica de Ensino e da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), e o que vemos? Uma luta implacável de ambos os lados no afã de definir posições ambíguas que antes via-se de maneira amorfa, neutralizada pela farsa eleitoral. O governo em suas prerrogativas tenta se defender acusando o movimento grevista de estar compactuando com o setor oposicionista estereotipando-os de sarneystas; por outro lado, o movimento grevista denuncia o Governo Jackson de trair os servidores com o duro golpe da Lei n.°8.592/07, a “Lei dos Subsídios”...
É muito estranho acusar um movimento grevista constituído em suas bases na época das Eleições Estadual e Nacional no ano passado, nascente do movimento de “libertação” proferida pela campanha do Jackson Lago (Xô Rosengana) hoje ser sumariamente rechaçada pelo governo “libertador”, acusá-los de sarneysta; muito mais intrigante ainda o mesmo movimento base da campanha do atual governo acusá-lo de traição... Passamos nesse caso por uma crise de paradigmas(?); ou será uma falta de senso de realidade em meio às representações que fazemos a todo momento em nossos discursos, defendendo sempre a hierarquia de valores (princípio da Autoridade) cujos os elementos sociais definem sempre uma relação conflitante escamoteada na igualdade de direito, estatuto burguês, e não na igualdade sócio-material?
Acusam o movimento de radicalizar com a ausência nas salas de aula, comprometendo o ano letivo daqueles que diretamente sofrem com o desmonte contínuo do serviço público ao estrangular os servidores públicos com a lei de subsídios, de forma prática representa a desestruturação da regulamentação do trabalho público em que os últimos anos vêm sofrendo, em especial, a educação pública como exemplo o desmonte do Estatuto do Magistério na última greve da Educação Básica (2004), em detrimento da abertura gradual da Educação Pública para a exploração econômica do Capital Privado.
Quem está radicalizando de fato?
Precisamos primeiro saber de que forma semântica atribuir o verbo “radicalizar”. Sendo utilizado de maneira pejorativa, dentro do senso comum, quem de fato está radicalizando é o governo, cuja suas ações estão sendo categoricamente não buscar nenhum entendimento em abrir um diálogo justo (diálogo pressupõe paridade, nivelamento; e que de fato acontece é uma posição dura e unilateral no status quo com contratações de pessoas não qualificadas para substituir e cortes sumários dos pontos dos grevistas...). No sentido amplo do termo, os professores em momento algum atingiram a uma radicalização, pois não chegaram à raiz do problema. Herdeiros de uma tecnocracia burocrática que corrompe a anos a direção dos sindicatos, vemos em suas condições a um esvaziamento progressivo do movimento, apesar da sociedade concordar com a essência das reivindicações, mas, acreditam que a tática utilizada pelos manifestantes não cabe à realidade de uma sociedade protegida por leis e tribunais, por mais que neguemos que a cegueira da justiça sempre ignora o antagonismo de classe que reveste nossa sociedade!
Vejamos! O arquivamento pela Procuradoria Geral do Estado do atual governo o projeto de Autonomia Universitária da UEMA, prevista inclusive na Constituição do Estado; atualmente o acordo realizado com a Polícia Civil, desrespeitando-o e assim, levando a categoria à retomada das manifestações.
Verificamos dessa forma uma falsa expectativa em esperar por uma Justiça falha em suas atribuições e representações repercutindo sua lentidão e inoperância - que a exemplo da Juíza Mônica Labuto, da Vara da Infância e da Juventude do Fórum Regional de Madureira - impedida de utilizar o Fórum depois do expediente normal pelo presidente do Tribunal de Justiça do Rio, José Carlos Murta Ribeiro, alegando que a juíza deve seguir a hierarquia, a disciplina e o horário de funcionamento do fórum.
Não podemos também deixar de citar recentemente o comentário infeliz do Presidente Lula - que, aliás, não somente ele, mas todo o Governo federal em seus comentários infelizes diante das várias crises que se passa o Brasil – na abertura dos jogos Pan-americanos, ao argumentar as vaias recebidas ditas infelizes, pois, em sua gestão, aqueles que realmente deveriam vaiá-lo seria a população mais pobre, que até hoje são os que menos receberam de seu governo.
Percebamos nossa realidade - desprovida de qualquer idealismo e representação – onde buscam converter-nos de sujeitos de nossa própria história em manipulação daqueles que provêm em discurso à conduta social em que estamos jogados numa conciliação de classes em que as relações sociais se convergem na degeneração de nossos valores! Saibamos reconhecer tais distorções e direcionarmos uma luta sincera na reconstrução de uma sociedade Livre de fato, mas antes de tudo, sabermos destruir todos os símbolos que até então fomos levados a assumir como intocáveis pela justificação temporal ou mesmo espiritual de nossas limitações!


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